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Cuidados Diários para Prevenir o Linfedema

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Após a mastectomia você deverá adotar cuidados básicos que farão parte da sua rotina diária. Principalmente com o braço do mesmo lado da mastectomia. Portanto se a mastectomia foi do lado esquerdo, braço esquerdo. Se a mastectomia foi do lado direito, braço direito. Se a mastectomia foi bilateral, braço direito e esquerdo.

Nunca tome injeção ou retire o sangue no braço afetado.

Quando for medir a pressão arterial deve ser no braço não afetado ou na perna, quando os dois braços estiverem afetados. Explique ao profissional que a atende, ou simplesmente diga que prefere neste ou naquele braço.

Mantenha o seu braço sempre limpo. Use loção hidratante após o banho. Tenha certeza de que todas as dobras do braço estejam secas e também entre os dedos.

Evite fazer movimentos vigorosos e repetidos com o braço afetado.

Evite carregar objetos ou sacolas pesadas ou segurar o seu cão pela coleira e nunca carregue bolsas ou malas por cima do ombro do lado afetado.

Não use roupas, jóias ou tiras elásticas no braço afetado.

Evite mudanças de temperaturas extremas durante o banho ou ao lavar a louça, é recomendado evitar saunas e banheiras quentes. Proteja sempre o braço do sol.

Tente prevenir qualquer trauma (machucados, cortes, queimaduras de sol e outras queimaduras, contusões de esporte, picadas de inseto, arranhões de gato) no braço afetado (fique atento a sinais de infecção quando isto ocorrer).

Use luvas ao fazer os serviços domésticos, jardinagem ou qualquer outro tipo de trabalho que possa causar qualquer pequeno machucado.

Quando for fazer as unhas, não retire cutículas.

Exercício é importante, mas consulte o seu fisioterapeuta. Não deixe o seu braço cansado: se sentir dor, repouse e eleve o braço. Exercícios recomendados: andar, nadar, exercícios aeróbicos suaves, andar de bicicleta, e especialmente dança ou yoga.

Quando viajar de avião, use uma braçadeira de compressão feita sob medida.

Pacientes com mamas grandes devem usar próteses mamárias leves (próteses pesadas podem colocar muita pressão nos gânglios do pescoço). Use tiras/alças macias sobre o ombro.

Use um aparelho elétrico para remover os pelos da axila. Tenha o seu próprio aparelho e troque-o sempre que necessário.

Pacientes com linfedema devem usar uma braçadeira de compressão feita sob medida durante todo o tempo em que estiverem andando. Faça o controle com seu fisioterapeuta a cada 4-6 meses. Se a braçadeira estiver muito larga, provavelmente a circunferência do seu braço reduziu ou a braçadeira está gasta.

Cuidado: se você perceber uma erupção, coceira, vermelhidão, dor, aumento de temperatura ou febre, procure o seu médico imediatamente. Uma inflamação ou infecção no braço afetado pode iniciar ou agravar o linfedema.
Mantenha o seu peso ideal através de uma dieta bem balanceada. Evite fumar e ingerir álcool. Linfedema é um edema rico em proteína, mas ingerir pouca proteína não irá reduzir as proteínas do líquido linfático, ou melhor, isto pode enfraquecer os tecidos conectivos e piorar a condição. A dieta deve conter proteínas de fácil digestão.
Texto da Equipe Oncoguia

A prótese de prolipropileno

Após a cirurgia de mastectomia radical, foi preciso de um tempo para que o organismo se recuperasse e a cicatriz não sofrer irritação. A psicóloga da clinica de oncologia me indicou uma instituição que doava prótese de prolipropileno para mulheres mastectomizadas.
O prolipropileno é um material tipo plástico, no formato de pequeninas bolinhas, dentro de tecido de algodão. Lavável, leve e que servia para dar volume. Uma maravilha.
Já a prótese de silicone é pesada, porém tem o formato de uma mama, inclusive com mamilo.
O preço é caro e eu precisei da ajuda financeira de meu sobrinho André Medeiros.
Fui indicada também pela psicóloga, de uma loja onde vende tanto a prótese de silicone como também soutien e roupa para banho de mar, com abertura lateral para a colocação da prótese. Uma beleza. Para facilitar a nossa vida.
Certo dia eu estava tomando banho de piscina com os meus filhos. O meu filho Frank Moneta estava sentado embaixo do guarda sol e eu o abracei. Eu estava usando a prótese de prolipropileno e como eu tinha acabado de sair da piscina, estava molhada e a prótese encharcada de água, que começou a escorrer a água e o meu filho fez o seguinte comentário: eu já vi sair leite de peito, mas água, é a primeira vez.! Então, eu imediatamente espremia prótese, fazendo sair o excesso de água. Todos riram com o meu gesto.
Outro dia eu estava novamente na piscina, só que desta vez eu usava a prótese de silicone e de repente eu tirei a prótese e a joguei para a minha filha Lilian Moneta, dizendo assim: segura essa bola aí. Foi um susto para ela e uma risadagem geral.
Num domingo de sol, estávamos na praia de boa viagem. Eu estava curtindo a praia com o meu netinho Arthur, e desta vez eu usava a prótese de silicone. A minha filha Lilian, fala ao meu ouvido, que um casal que estavam próximo a nós, que o homem me observou e que comentou com a mulher sobre a minha mama. E eu disse a ela que não me incomodava que as pessoas percebessem e comentassem, pois eu não iria deixar de me divertir por causa de uma prótese. E assim convivi em torno de um ano, até ser autorizado a reconstrução mamária.
Devemos encarar com naturalidade os fatos em nossa vida e não se envergonhar.
Viver e aproveitar as oportunidades que a vida nos oferece.

Mulher perde 27 quilos e doa parte de fígado para criança com câncer

O que o amor é capaz! Precisamos realmente de uma grande motivação para conseguir vencer um grande obstáculo.
O amor e a solidariedade foram os motivadores para que essa mulher tomasse a atitude que tomou. Ela se colocou no lugar do outro. E o mais importante de tudo isso é que ela conseguiu. O amor tudo pode!
Todos nós somos capazes de grandes feitos… todos nós podemos realizar grandes obras. .
O amor, essa centelha divina, está dentro de nós.
a partir do momento em que observamos o mundo e vermos que não somos o centro do universo, deixaremos de olhar só para nós e começaremos a ver os outros. Todos fazemos parte do mesmo universo. Somos irmãos. filhos do mesmo Pai.
A partir do momento em que nos doamos, o maior beneficiado somos nós mesmos! pois o amor vem em dobro. O amor, quanto mais voce dá, mais ele cresce, mas ele se expande. Não tenhamos medo de amar. Não tenhamos medo de se doar. Voce não tem nada a perder, muito pelo contrário, quem ganha mais é voce. Pois não existe sensação de maior felicidade no mundo, do que fazer o bem a alguém. Não tem dinheiro no mundo que pague. Não existe festa mais bonita. A sensação do dever cumprido é inestimável!

http://glo.bo/1lrI6Uy Veja a matéria completa

Usando as perucas

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Nesta foto. com a minha filha Lilian Moneta, eu já estava diagnosticada e estava na fase dos exames que antecedem o inicio da quimioterapia..

No início passei por uma experiencia trágica, ou melhor, humorística, conforme eu já relatei no post Ficar Carequinha, que vocês podem acompanhar aqui neste blog.

Como eu moro no Nordeste do Brasil, e aqui é praticamente sol o ano todo e isso entre as coisas maravilhosas que esse astro rei proporciona, temos o calor, então, usar perucas, é desconfortável, porque esquenta muito.

A segunda peruca que adquiri também foi de material sintético e eu não me acostumei muito com ela não, inclusive por conta da tonalidade dos fios, pois como sou loira, como se diz, de nascença, essa era marrom.. vejam… e eu não me reconhecia nela…

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Minha amiga Célia, me emprestou a peruca dela, de fios longos e pretos… também de fios sintéticos.. pense num calor!!!.. não consegui usar. Devolvi.

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Finalmente eu ganhei de presente, de meu filho Frank Moneta e minha prima Poliana Cabral, uma peruca de fios humano, num corte e tonalidade parecidos comigo… vejam a diferença de visual..

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Essa peruca, eu usei bastante e me sentia bem natural, aós o tratamento, a  guardei comigo e já emprestei a duas amigas que passaram pela mesma experiencia, pois,  peruca de fio humano é bastante cara e muitas pessoas não conseguem adquirir. Eu também não pude adquirir e graças a Deus, ganhei de presente.

Usando lenços

Tudo era muito novo para mim… e o meu novo visual então, me acostumar a me ver sem a minha preciosa madeixa, ficava tudo muito estranho. Então fui em busca de lenços e turbantes, sem falar nos chapéus e gorros..

Recebendo o apoio de minha filha Carla Piquet Moneta

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Recebendo o apoio de minha filha Lilian Moneta

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Em clima de Copa

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Neide na copa

Com chapéu em tecido com proteção UVB, que foi presente de minha amiga Rosa Novaes

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Com gorro de croche azul

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e o meu favorito, o que eu mais usava era este, o vermelho.

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Após essa fase, eu doei todos, menos o da copa… esse ficou para a lembrança.

A Quimioterapia e os enjoos

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Comecei a fazer a quimioterapia e os enjoos foram terríveis… pensei que não iria suportar. A dificuldade para me alimentar estava cada vez maior. Além dos alimentos eu não suportava nenhum tipo de cheiro, de perfume, de condimentos, de produtos de limpeza e imagine você conviver com isso. Eu ficava distante da cozinha, do preparo dos alimentos.

Quando iam cozinhar algo, eu me trancava na varanda do meu apartamento, porque lá era bastante ventilado e isso me ajudava. A nutricionista da clinica onde eu fazia o tratamento, me orientou a fazer uso de um copo com tampa e canudo, para eu não sentir o cheiro do alimento. E isso me ajudou. Eu tomava pequenos goles e fazia intervalos, para conseguir ingerir 100ml.

No primeiro més eu perdi 3 quilos e isso não deveria continuar acontecendo, pois o tratamento seria em torno de uns 9 meses e dessa forma iria ficar muito debilitada, inclusive para fazer a cirurgia da mastectomia radical. A minha amiga Rosa Novaes, praticamente todas as semanas trazia coco verde e a água extraída, era colocada no congelador e eu ficava usando as pedras de gelo, como se fossem picolés, e isso me ajudava a ficar hidratada e diminua os enjoos. Os caldos quentes me ajudavam também. A orientação da nutricionista foi fundamental nessa fase, pois consegui manter o meu peso e isso foi muito importante.

Como eu também sou paciente de gastroplastia, ou seja, eu fiz a cirurgia bariátrica, fiz a redução de estomago, em 2001, a aberta com anel. Então, eu já tinha uma restrição alimentar e necessitava de maiores cuidados e orientação. Durante o tratamento eu tive dois desmaios devido a fraqueza orgânica. Ironias do destino, veja só, eu que sempre lutei contra a balança, que evitava bolos e doces, pois bem, durante o tratamento com a quimioterapia, eu tinha que fazer uso de sobremesas, como cartola, bolo com mel, frutas com granola e mel… tudo isso para poder manter o peso. Eu dizia, brincando, que essa, era a hora do sacrificio. De tomar sorvetes, bolos, e picolés.. é claro que eu não conseguia comer nem a metade de uma fatia fina de bolo, pois tudo era muito enjoado para mim.

Prótese de prolipropileno e de silicone

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Após a cirurgia de mastectomia radical, foi preciso de um tempo para que o

organismo se recuperasse e a cicatriz não sofrer irritação. A psicóloga da clinica

de oncologia me indicou uma instituição que doava prótese de prolipropileno

para mulheres mastectomizadas.

O prolipropileno é um material tipo plástico, no formato de pequeninas

bolinhas, dentro de tecido de algodão. Lavável, leve e que servia para dar

volume. Uma maravilha.

Já a prótese de silicone é pesada, porém tem o formato de uma mama,

inclusive com mamilo.

O preço é caro e eu precisei da ajuda financeira de meu sobrinho André

Medeiros.

Fui indicada também pela psicóloga, de uma loja onde vende tanto a prótese

de silicone como também soutien e roupa para banho de mar, com abertura

lateral para a colocação da prótese. Uma beleza. Para facilitar a nossa vida.

Certo dia eu estava tomando banho de piscina com os meus filhos. O meu filho

Frank Moneta estava sentado embaixo do guarda sol e eu o abracei. Eu estava

usando a prótese de prolipropileno e como eu tinha acabado de sair da

piscina, estava molhada e a prótese encharcada de água, que começou a

escorrer a água e o meu filho fez o seguinte comentário: eu já vi sair leite de

peito, mas água, é a primeira vez.! Então, eu imediatamente espremia

prótese, fazendo sair o excesso de água. Todos riram com o meu gesto.

Outro dia eu estava novamente na piscina, só que desta vez eu usava a prótese

de silicone e de repente eu tirei a prótese e a joguei para a minha filha Lilian

Moneta, dizendo assim: segura essa bola aí. Foi um susto para ela e uma

risadagem geral.

Num domingo de sol, estávamos na praia de boa viagem. Eu estava curtindo a

praia com o meu netinho Arthur, e desta vez eu usava a prótese de silicone. A

minha filha Lilian, fala ao meu ouvido, que um casal que estavam próximo a

nós, que o homem me observou e que comentou com a mulher sobre a minha

mama. E eu disse a ela que não me incomodava que as pessoas percebessem

e comentassem, pois eu não iria deixar de me divertir por causa de uma

prótese. E assim convivi em torno de um ano, até ser autorizado a

reconstrução mamária.

Devemos encarar com naturalidade os fatos em nossa vida e não se

envergonhar.

Viver e aproveitar as oportunidades que a vida nos oferece..

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O Tratamento Espiritual

 
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Fui conduzida, através de meu ex-marido, José Piquet e sua esposa Sueli Nascimento, a uma Instituição Espírita, o Hospital Espiritual Maria Cláudia para uma consulta espiritual e o resultado foi a indicação para um tratamento espiritual.Uma vez por semana eu ia até a instituição espírita para receber os benefícios do tratamento. Só que eu ainda me considerava uma vitima que tinha recebido a sua sentença de morte e eu chorava com muita freqüência e cada vez mais eu ficava debilitada.Certo dia eu fui para uma avaliação espiritual e a entidade me perguntou se eu queria ser ajudada, porque estava muito difícil deles se aproximarem de mim, pois eu sempre estava envolvida por uma atmosfera densa e que se eu não parasse de chorar eles iriam se afastar pois era importante a minha participação e onde estava a minha fé?

Então enxuguei minhas lágrimas de desespero e mudei o meu foco. Parei de me sentir uma coitada e comecei a me sentir como uma filha de Deus.

O tratamento médico jamais foi interrompido, pois os dois devem ser feitos em paralelo e um ajuda ao outro.

Antes de eu sentir os sintomas da doença, eu tinha recebido um convite para fazer um seminário sobre o tema a Obsessão, em uma cidade do interior do estado de Pernambuco.

Quando eu estava em casa me sentindo como uma sentença de morte nas mãos, após uma semana de haver recebido o laudo da doença, o meu amigo Valter Claudino me liga para pegar uns dados a meu respeito, para colocar no cartaz que ele estava elaborando para a divulgação do seminário. E eu disse para ele colocar assim: Edineide, espírita, chorona e com muito medo da morte. E dai eu desabei no choro.

Ele ainda não tinha conhecimento do fato. Foi quando, entre soluços, eu expliquei a ele.

Resultado: o seminário foi cancelado, porque eu estava emocionalmente muito abalada.

Teve fase no tratamento espiritual que eu o fazia a distancia, pois, devido ao processo da quimio, eu ficava tão debilitada, que ficava impossível eu me levantar da cama.

Foram oito meses de quimio.

A espiritualidade amiga me ajudou na cura do CA.

O GAAPAC – Grupo de Apoio e Auto-Ajuda a Pacientes com Câncer

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O Gaapac é o Grupo de ajuda e auto-ajuda a pacientes de câncer, com reuniões semanais.A minha psicóloga da Onkos me orientou que seria muito bom eu conhecer e participar das reuniões semanais. Como no inicio de meu tratamento, eu estava muito debilitada e não conseguia dirigir, então, eu necessitava de alguém para me levar. No inicio, o meu ex-marido ficou com essa missão. Nas reuniões eu não agüentava ficar sentada e fazia uso de colchonete e ficava deitada. Com os depoimentos, eu me emocionava e chorava.

Achava tudo muito forte, e via tudo como sentença de morte.

Tinha pacientes em estado muito grave e outros já curados.

Mas eu me pegava justamente nos mais graves e isso me trazia um sofrimento. Eu precisava me fortalecer um pouco mais e inclusive em aceitar a doença.

Não falo em me acomodar a situação e sim em não me sentir uma coitada.

Precisei passar um tempo ausente do grupo, me acostumar com a idéia de que eu também era uma paciente de câncer. Voltei ao grupo, mais consciente e comecei a me integrar.

O que muito me ajudou foram os passeios, as confraternizações realizadas pelo grupo.

Comecei a ver as pessoas não como pacientes, mas como pessoas alegres, divertidas, com muita sede de viver e de enfrentando a vida com disposição e entusiasmo.

O sentimento de solidariedade sempre presente. Essa foi uma das melhores fases de minha doença. Isso me ajudava a viver!

Aprendemos a conviver com a vida e com a morte. Pacientes sobrevivendo e pacientes morrendo.

Durante o período em que estive lá, perdi grandes amigas, a Rosa e a Laíze e depois Inês.

A Laíze foi a idealizadora do Calendário Cicatrizes, onde foram reunidas 12 mulheres pacientes de câncer, onde pousaram e o fundo das fotos tinha as suas cicatrizes e cada uma colocou uma frase falando da cicatriz em sua vida. Toda a renda com a venda dos calendários foi revertida ao Gaapac. Eu tive a imensa alegria de ser uma das garotas do calendário, fiquei no mês de marco do ano de 2007.

A Laise e a Rosa também pousaram no calendário. Elas nos deram exemplos de amor, caridade, solidariedade e perseverança, mesmo enfrentando uma batalha contra uma doença tão dolorosa como o câncer. Elas foram umas guerreiras.


			

Minha primeira quimioterapia

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Para escrever sobre esse capítulo de minha vida eu precisei parar um pouco e meditar.

A emoção foi tão intensa que as lágrimas banharam os meus olhos. Lembrei de um outro anjinho que Deus colocou em meu caminho. Foi a minha irmã Virgínia, que me acompanhou em quase todas as sessões de quimioterapia. Fomos para a Onkos, a clinica de oncologia.

Nessa primeira sessão, quem também foi para me dar uma forca foi minha outra Irma Suely.

Todo mundo apreensivo.

Passei a manhã toda na clinica. A sala de quimio era bastante ampla, com tv, revistas, um excelente corpo de enfermagem.

As milagrosas gotinhas vermelhas começaram a entrar em minha veia. Pedi para ser fotografada, pois eu queria eternizar esse momento, pois como seria mais uma etapa em minha vida, eu fazia questão que ficasse registrado.

Procurei encarar tudo com muita realidade e fazia questão de não esconder nada para ninguém. Porque esse exemplo deveria ser repassado.

Pois aquilo ali era a minha esperança de vida e eu queria muito viver.

Tinha medo, muito medo, porém o desejo de viver e com saúde era muito forte dentro de mim.

Quando terminei a quimio, estavam todos com muita fome. Fomos a um restaurante e parecia mais um almoço de confraternização. O esforço de minhas irmãs e de meu cunhado Paulo, eram visíveis para me animar. Porém eu me sentia estranha, fraca, e uma sensação tão diferente que nem eu conhecia.

Tinha uma praça em frente ao restaurante e tiramos fotos, as três irmãs. Eu não sentia a mesma alegria que elas. Embora me esforçasse para tal.

Tinha medo do meu futuro e de todo o sofrimento de que iria passar.

Ficar Carequinha

  
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Neide e Ana
Eu já tinha sido preparada para o acontecimento, atravésda psicóloga. Agora, uma coisa é você saber o que vai

acontecer e outra é vivenciar o fato. Os meus cabelos

estavam longos e loiros. Muito bonitos e charmosos.

A psicóloga me falou que geralmente na segunda quimo, os cabelos começariam a cair e que para eu não sentir tanto a mudança seria recomendável eu já ir dando uns cortes para ir diminuindo o comprimento.

E foi isso que eu fiz. O cortei por duas vezes. Após fazer a 2a. quimio, eu fui tomar um banho e quando comecei a lavar a cabeça, os cabelos começaram a encher as minhas mãos.

Bateu um pouco de desespero porque aquilo parecia que não tinha fim.

E os buracos sem cabelos começaram a se destacar. Então resolvi ir ao salão e pedi para passar a máquina zero. Quando eu já estava praticamente careca, me encarei no espelho do salão e não deu para segurar o pranto.

Todos no salão pararam e ficaram solidários a mim. E não quiseram cobrar pelo serviço.

Vim para casa arrasada. Pois naquele momento sentia o poder da doença em mim.

Agora, uma coisa impressionante é que o meu couro cabeludo doía, parecia mais que eu estava usando uma touca de arame que me espetava.

E isso me incomodava.

Acredito que de se eu não tivesse passado a máquina e deixado os fios caírem naturalmente, teria sido com menos incomodo físico.

Certo dia, a minha Irma Suely veio de visitar e fez o seguinte comentário: ah! Neide, a tua cabeça é tão bonitinha, bem redondinha, ficou linda, você carequinha!

E não deu outra, cai no choro mais uma vez. Eu sabia e sentia do quanto ela sofria por eu estar doente e senti naquele comentário que ela queria me reconfortar e mas no fundo eu não queria ouvir nada disso.

Eu queria era não estar passando por nada disso. Depois eu fui aprendendo a conviver com a situação e quando alguém vinha me visitar eu me arrumava, colocava a peruca, batom, lápis nas sobrancelhas e registrava as visitas em minha máquina fotográfica, só que tinha a foto do momento e a do depois, ou seja, eu tirava a foto com a peruca e fazia questão de registrar também sem cabelos, porque aquela era a minha realidade.

E todos me viam em duas versões: carequinha e com peruca. Era como eu me sentisse autentica com as minhas visitas e eu me sentia feliz.

Mas descobri que a minha felicidade era o gesto de carinho de todos para comigo. Hoje eu empresto a minha peruca para ajudar a outras mulheres que estão passando pelo o que eu passei.


			

Eu não estava gostando de usar lenços

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Eu não estava gostando de usar os lenços e echarpes para disfarçar a careca pois eu achava que chamava muito a atenção e como aqui no Nordeste o clima é muito quente e por isso acredito que essa moda nunca pega aqui.Então quando passamos a usar, todos olham e eu me sentia muito estranha com aqueles turbantes. Então tive a idéia de comprar uma peruca. Fui muito rapidamente ao comércio e como a grana tava muito curta, escolhi uma peruca de fibra artificial, loira tipo Marilyn Monroe e achei que tava muito natural e resolvi comprar. Estava totalmente sem noção!Acho que eu queria mesmo era me livrar dos lenços e turbantes, mas no fundo, no fundo, eu queria mesmo era me sentir normal com os meus cabelos loiros.

Pois bem, num determinado dia eu resolvi dar um pulo no Shopping Recife, seguindo a orientação médica de ir num dia de semana e preferencialmente quando na abertura, devido a pouca quantidade de pessoas e dessa forma evitar qualquer tipo de contágio. Arrumei-me toda, feliz da vida com o meu mais novo visual e sentindo naturalmente loira.

Quando sai do Shopping, no primeiro semáforo, me deparei com um menino, numa idade de uns 8 anos. Ele me abordou no carro e foi logo tirando onda com a minha peruca. Ele ria, apontava para a minha cabeça e dizia em alto bom tom…. assim: ta de peruca!!… ta de peruca!! e imediatamente eu me defendi dizendo que não era peruca, como se eu pudesse enganar a mim e principalmente a uma criança.

Então ele disse assim para mim: então puxe o cabelo  pra ver se não sai,  e ele me mostrava como eu deveria fazer e eu disse a ele, faz assim no teu cabelo e ele me responde dizendo que o dele não era peruca, mas sim, o meu.

Para a minha sorte, o semáforo abriu. Eu me livrei do constrangimento e assim que cheguei em casa foi que ver o ridículo em que me encontrava, pois aquela peruca era para ser usada no período de carnaval.

Então para a minha sorte ganhei uma peruca de fios naturais e com reflexos loiros, presente esse, de meu filho Frank Moneta e de minha prima Poliana Coelho. Amei demais e hoje essa peruca está servindo para outras pessoas que estão passando pela necessidade de uma. Agora eu agradeço a uma criança que me despertou para que eu saísse do ridículo pois em casa ninguém teve a coragem de me falar. Sempre que lembro desse episódio e fico a sorrir com a insistência do garoto. Valeu !!

Basta olhar para as fotos… que fico morrendo de rir…… ridícula!!!!….rs

Concurso Literário – Uma vitória sobre o câncer

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Foi com muita alegria que recebi a notícia de que o meu texto tinha sido classificado no Concurso Literário, promovido pela FACHESF e publicado na Edição especial da Revista Conexão e no Livro Como Se Fosse Ontem. Passei a ser escritora. Ganhei 10 exemplares do livro.

PrintCaro Participante,
 
Segue convite para o Lançamento do livro “Como se fosse ontem”, do qual você é um dos autores.

Atenciosamente,

Assessoria de Comunicação Institucional da Fachesf

Ah! como eu desejaria poder ir a praia e tomar um banho de mar

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Ah! como eu desejaria poder ir a praia e tomar um banho de mar. Eu adoro a água, o mergulho e boiar um pouco. Mas por orientação médica eu ainda não podia ter esse tipo de contato para evitar alguma contaminação, pois as minhas defesas orgânicas estavam em baixa. Eu não podia freqüentar ambientes com muita gente por conta do risco das viroses e bactérias.Porém a médica me disse que eu poderia tomar o tão desejado banho de mar se fosse numa praia mais deserta e durante um dia da semana porque teria a certeza de que a poluição seria a menor possível.Então apareceu um verdadeiro anjo em minha vida, apareceram muitos anjos durante todo o meu tratamento do CA. Pois bem, a minha amiga Rosa Novaes, foi um desses anjos, ela me deu esse presente.

Como eu estava carequinha, ela me presenteou com um chapéu feito de um tecido com proteção uvb e me levou para ir tomar o tão desejado banho de mar. Levou-me para a Praia de Tamandaré, como de diz, não tinha uma alma viva na praia. Ela tem uma propriedade lá e tem Um caseiro para tomar conta.

Ela pediu para que ele armasse o guarda-sol e providenciasse uns cocos verdes, para tomarmos a água. Eu me senti num verdadeiro paraíso.

Careca e sem peito e lá fui eu tomar o banho de mar… que delicia …

E não teve como evitar as lágrimas que teimaram em banhar o meu rosto…

Quando eu entrei no mar.. me emocionei.. e chorei.. Ah! esses momentos foram registrados não só em minha memória mas também tirei fotos… amei.

Podemos ser felizes com tão pouco e podemos dispor do nosso tempo para fazer alguém mais feliz, foi isso o que minha amiga fez por mim.

Obrigada Rosa Novaes, você faz parte de minha história de vida!!

Minha primeira quimioterapia

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Foi uma verdadeira via crucis a descoberta do meu CA. Na empresa onde trabalhava, fazíamos anualmente o exame periódico para prevenir doenças. Pois bem, eu fiz toda a bateria de exames mês de julho de 2005 e os resultados desses exames, foram normais. Quando foi no mês de dezembro do mesmo ano, eu estava trabalhando e senti a primeira sensação de uma alfinetada na mama esquerda. Me incomodou um pouco. Eu fiz uma ligeira auto massagem e senti um alivio momentâneo. Tudo bem, passou! Ufa q alivio! Mas depois voltei a sentir o mesmo incomodo e foi se repetindo cada vez mais. E a situação foi se complicando pois as dores foram se intensificando e procurei um Mastologista e como era final de ano ficou difícil encontrar uma vaga para uma consulta médica. Começou o ano de 2006 e a minha mama já estava  mudando de tamanho. Acredito que um de meu maiores  erros foi em não fazer o auto exame, pois de eu tivesse o hábito de fazer, eu teria percebido o módulo na mama e na axila. E teria cuidado o mais rápido possível. Pois bem, consegui uma consulta na Clinica da Mulher, na Av. Agamemon Magalhães, aqui em Recife/PE, lá o médico disse que não gostou do que estava vendo e solicitou uma punção guiada por ultrassom, que ele mesmo fez e uma mamografia. Para fazer a mamografia eu quase desmaio de tanta dor, pois a mama tava muito inflamada e na punção o médico não fez uso de nenhum analgésico e também não usou luvas. Terrível! Quando saiu o resultado deu negativo e ele virou para mim e disse: ainda bem que não é a doença, deve ser apenas uma inflamação na mama, tipo mastite. Voce pode ir para casa e volte aqui após 6 meses. Em parte eu fiquei mais tranquila, porém as dores se intensificaram e a mama não parava de crescer e de ficar dura. Para eu conseguir me deitar e levantar eu precisava amparar a mama com as duas mãos. Resolvi procurar outros profissionais porque não dava para continuar daquele jeito. Depois de passar por mais 3 mastologistas, eu fui diagnostica com um CA na mama esquerda com metástase axilar e com suspeitas nos pulmões e rim. Tratamento recomendado de 8 quimios da vermelha, cirurgia de mastectomia radical com esvaziamento axilar e 28 sessões de radioterapia. Comecei com 3 quimios, a cirurgia, depois o restante do tratamento.