Archive | 28 de Outubro de 2014

As mais importantes descobertas de 2014 sobre o câncer de mama


Existem 4 classes principais de câncer de mama
Os resultados de uma análise genética maciça, publicados no mês passado no periódico Nature, mostram que existem quatro classes principais de câncer de mama, informou a Associated Press.

“Com este estudo, estamos um passo gigante mais perto de entendermos as origens genéticas dos quatro principais subtipos de câncer de mama”, disse em comunicado o pesquisador Matthew Ellis, M.B., B. Chir., Ph.D., que participou do estudo.

“Agora podemos investigar que drogas funcionam melhor para as pacientes, com base nos perfis genéticos de seus tumores. No caso dos tumores de mama de tipo basal, está claro que são geneticamente mais semelhantes a tumores de ovário que a outros tumores de mama. Se eles podem ser tratados da mesma maneira é uma possibilidade interessante que ainda precisa ser explorada.”

O câncer de mama costuma ser mais letal nos homens
Os homens têm menos chances de ter câncer de mama que as mulheres — mas, quando isso acontece, o câncer muitas vezes é mais letal, segundo um estudo apresentado este ano na reunião da Sociedade Americana de Cirurgiões de Mama.

A Associated Press informou que os homens que recebem o diagnóstico de câncer de mama vivem, em média, dois anos menos que as mulheres que recebem o mesmo diagnóstico. Além disso, têm probabilidades maiores de o câncer de mama se espalhar, de terem tumores maiores quando o câncer é descoberto e de receberem um diagnóstico mais tardio.

O cádmio pode elevar o risco de câncer de mama
O cádmio — metal tóxico que pode estar presente em alimentos, como crustáceos, raízes, miúdos e cereais — pode elevar o risco de câncer de mama, segundo estudo publicado em março de 2012 no periódico Cancer Research.

A pesquisa foi feita com 56 mil mulheres. Os pesquisadores puderam analisar o consumo aproximado de cádmio de cada mulher com base nos alimentos ricos em cádmio presentes em sua dieta. Constataram que as mulheres que tinham consumido mais cádmio apresentavam risco 21% mais alto de câncer de mama, comparadas com as que tinham consumido menos cádmio, segundo Catherine Pearson, do HuffPost.

O sono pode afetar o risco de câncer de mama
Dormir seis horas ou menos por dia pode elevar o risco de câncer recorrente de mama entre pacientes de câncer de mama que já passaram pela menopausa, revelou um estudo publicado no periódico Breast Cancer Research and Treatment. Mas o mesmo vínculo não foi observado no caso das pacientes de câncer de mama que ainda não passaram pela menopausa.

De acordo com a pesquisadora Cheryl Thompson, Ph.D., a descoberta sugere que “dormir menos que o necessário pode causar tumores mais agressivos, mas serão necessários mais estudos para verificar essa constatação e entender as causas dessa associação”.

O vírus de varíola pode ser um tratamento promissor
De acordo com um estudo com camundongos apresentado no Congresso Clínico Anual de 2012 do American College of Surgeons, um vírus da varíola parece ser uma opção promissora para tratar uma forma de câncer de mama de tratamento difícil, o câncer de mama triplo-negativo.

“Com base na patologia, pudemos ver que pelo menos 60% dos tumores regrediram completamente e que os outros 40% tinham muito poucas áreas de células tumorais presentes, com muita necrose, o que é um sinal de que o tumor estava respondendo à terapia”, disse em comunicado o pesquisador Dr. Sepideh Gholami, M.D., do Centro Médico da Universidade Stanford.

A ABC News ressaltou que esse tipo de câncer de mama é notoriamente difícil de tratar porque não responde a tratamentos hormonais ou imunológicos

Trabalhar no turno da noite pode influenciar no risco de câncer de mama
Trabalhar no turno da noite está vinculado a um aumento no risco de câncer de mama, segundo dois estudos diferentes publicados este ano.

Um deles, publicado no periódico Occupational and Environmental Medicine, mostrou que o risco de câncer de mama sobe entre mulheres que fizeram turno da noite mais de duas vezes por semana, com o risco sendo mais alto entre as mulheres que se disseram “pessoas que se sentem melhor pela manhã” em vez de “pessoas que se sentem melhor à noite”.

O Toronto Sun publicou que os resultados deste estudo confirmam as descobertas da Agência Internacional de Pesquisas sobre Câncer, que tem uma lista de itens e hábitos que podem causar câncer. A Agência considera o trabalho em turnos variáveis um fator “possivelmente carcinogênico”.

O outro estudo, publicado no International Journal of Cancer, mostrou que o risco de câncer de mama é 30% mais alto entre mulheres que trabalham no turno da noite, sendo o risco especialmente evidente entre mulheres que trabalham há quatro anos em empregos noturnos ou entre as que trabalham no turno da noite em três ou menos noites por semana.

O tamanho dos seios pode estar ligado ao risco de câncer
Os genes que ajudam a determinar o tamanho dos seios de uma mulher podem também estar vinculados ao risco dela de contrair câncer de mama, segundo estudo publicado este ano no periódico Medical Genetics.

Pesquisadores estudaram os dados genéticos de 16 mil mulheres e constataram que sete variações de DNA, chamadas poliformismos de nucleotídeos únicos (SNPs), parecem estar vinculados ao tamanho dos seios, e que três desses SNPs são sabidamente associados ao risco de câncer de mama de uma pessoa. A reportagem foi de Catherine Pearson, do HuffPost.

Exercícios podem ajudar a reduzir o risco de câncer de mama
Segundo um estudo publicado no periódico CANCER, basta um pouco de exercício físico para reduzir seu risco de câncer de mama, mas, quanto mais você se mexer, melhor.

Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill constataram que as mulheres na pós-menopausa ou de idade reprodutiva que participaram de seu estudo e que se exercitavam mais — entre dez e 19 horas por semana — tinham risco 30% menor de câncer de mama, embora exercitar-se menos que isso ainda estivesse vinculado a alguns benefícios protetores.

“A observação do risco reduzido de câncer de mama em mulheres que praticam exercícios físicos após a menopausa é especialmente encorajadora, em vista à idade tardia da chegada do câncer de mama”, disse em comunicado a pesquisadora Lauren McCullough.

A diabetes do tipo 2 pode elevar o risco de câncer de mama (em algumas mulheres)
Uma revisão conduzida pelo Instituto Internacional de Pesquisas sobre Prevenção apontou que, para as mulheres na pós-menopausa, a presença de diabetes do tipo 2 pode elevar o risco de câncer de mama.

“Por outro lado, acredita-se que o excesso de peso, com frequência associado à diabetes do tipo 2, e o efeito que o sobrepeso pode ter sobre a atividade hormonal, podem ser parcialmente responsáveis pelos processos que levam ao crescimento de cânceres”, disse ao The Telegraph o pesquisador Peter Boyle, presidente do Instituto Internacional de Pesquisas sobre Prevenção. “Mas também é impossível excluir que alguns fatores ligados à diabetes possam estar envolvidos no processo.”

A obesidade está vinculada aos piores resultados com cânceres de mama
Ser obesa pode levar a resultados piores com câncer de mama, segundo estudo publicado em agosto no periódico Cancer.

Especificamente, o estudo mostrou que mulheres com sobrepeso ou obesas que passaram por tratamento para câncer de mama apresentam risco mais alto de reincidência e morte, informou a NBC News.

“A obesidade parece encerrar um risco mai alto de recorrência e morte pelo câncer de mama, mesmo em mulheres que eram saudáveis quando diagnosticadas, e não obstante o fato de terem recebido os melhores tratamentos quimioterápicos e hormonais disponíveis”, disse à NBC News o pesquisador Dr. Joseph Sparano, presidente associado de oncologia médica no Centro Montefiore Einstein de Tratamento de Câncer.